“Tudo o que o Pai tem é meu.
O Espírito receberá do que é meu, para vo-lo anunciar”.
Celebramos neste Domingo a Solenidade da Santíssima Trindade. A presente solenidade foi introduzida pelo Papa João XXII, em 1334, e pretende ser a ocasião propícia para reflectirmos no mistério central e específico da fé cristã: a Santíssima Trindade. Os cristãos, como os hebreus e os muçulmanos, professam a sua fé em um só Deus, ou seja, são monoteístas. No entanto, a fé cristã, diferentemente dos hebreus e muçulmanos, professa a unicidade de Deus “não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza” . Na verdade, “a Igreja exprime a sua fé trinitária confessando um só Deus em três Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si, pelas relações que as referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho” .
No entanto, e apesar de a fé da Igreja professar correctamente a fé trinitária, será que o mistério trinitário foi verdadeiramente assimilado pelos cristãos? Não deixa de ser sintomática a seguinte observação de Karl Rahner. Referindo-se aos cristãos, ele afirma que “não obstante a sua exacta profissão da Trindade, sejam quase só ‘monoteístas’ na prática da sua vida religiosa. Assim sendo, e para evitar perigos deste género a presente solenidade deve ajudar-nos a compreender e a professar melhor o mistério trinitário.
“Deus não nos ama porque somos bons e bonitos; Deus torna-nos bons e belos porque nos ama” (S. Bernardo). O amor do Pai, gratuito e infindável, é o que nos torna capazes de amar. É Ele que nos contagia o seu amor.
(Passionistas de Portugal)